31.8.14

Espaços em branco




As horas passam devagar sem pressa e assim a noite começa e continua até que o cansaço me deixe adormecer.Com os olhos fechados vejo como um filme o que o dia me deu.Cenas angustiantes de alguém que aos poucos vai desaparecendo deixando só o seu corpo ali presente pois as memórias lentamente  vão-se esfumando e deixam mais um espaço em branco no seu cérebro.Leio e procuro tudo o que possa ajudar a tornar os seus dias mais fáceis,mais leves,mais felizes.Sei que os afectos são das ultimas coisas a desaparecer mas até isso um dia se apaga e nada resta a não ser um corpo,um rosto,uns olhos parados no tempo.Não importa que as memórias se apaguem,não importa que não me conheças. Importante é que o amor perdure e com ele combateremos o impossível.


25.8.14



Gosto da noite no fim de Agosto e da brisa fresca a acariciar-nos o rosto.
Do céu limpo com estrelas brilhando no fundo escuro.
Gosto do silêncio da noite cortado pelo barulho longe da cidade.
Do cantar das árvores ainda vestidas de folhas.


21.8.14



Já nada é igual,
nem o sol,nem o céu,nem viver um dia destes.
Já nada é igual,
nos dias que vão passando,lentos,parados.
Já nada é igual,
porque os sorrisos são choro,a alegria triste.
Já nada é igual,
porque as conversas são mudas.
Já nada é igual,
porque as memórias são brancas.

7.8.14



Chegou,
ficou-se a olhar
O céu e o azul do mar
Em ondas de embalar

E sentia
em risos e tristeza
Que não havia beleza
Sem ser na Natureza

Viveu
como queria viver
E viu que podia ter
Em si todo o saber

E sentia
que ali não existia
No mundo onde vivia
Nada que fosse magia

Partiu,
rumou por outras margens
Criou mil viagens
Num deserto de imagens

E sentia
que o Homem não podia
Viver em Harmonia
Sem ser ele a Poesia.