Há dias
em que a saudade é tão forte que dói o peito e um aperto na garganta quase não
nos deixa falar, e então elas vêm, as memórias de outros tempos, anos de
meninice, traquinices de crianças, risos, corridas e saltos, livros e bonecas, tempos
de verão na praia, festas de anos ,medo da rainha má da bela adormecida que só
o colo da avó serenava. Depois, anos de adolescência,anos de muitos
amigos,algumas descobertas e muita insegurança.E depois tudo passa a
correr,acabámos de estudar,já não somos mais crianças,crescemos por fora e por
dentro.Atingimos o estatuto de adulto.E agora? Que fazemos,com quem estamos, o
que queremos?São anos
de grande alvoroço dentro de nós e em nosso redor e quase sem escolha temos uma
vida á nossa frente que nem queríamos que fosse dessa maneira,temos medo e o
colo da avó já não está ali,vamos em frente porque somos adultos(?)Enfim!
Vamos
vivendo esta nossa vidinha (como diria um grande amigo meu) e quando chegarmos
ao fim queremos que seja rápido e indolor.
Há dias
em que a saudade é tão forte que dói o peito e um aperto na garganta quase não
nos deixa falar,porque sentimos a falta de quem nos deixou,queremos o colo e o
abraço apertado do Pai,saudades do sorriso doce e dos beijos tão especiais que
só a Mãe sabia dar.E o abraço escangalhado do irmão.E o que mais faz confusão é
não conseguir ouvir ou melhor explicar como eram as vozes,as gargalhadas e os
risos escondidos.Há tristeza por detrás do Natal,as prendas já são tão
poucas,as filhoses não têm nunca mais terão o mesmo sabor.
Vamos
vivendo esta vidinha(como diria um grande amigo meu) e quando chegarmos ao fim
queremos que seja rápido e indolor.
Há dias
em que a saudade é tão forte que dói o peito e um aperto na garganta quase não
nos deixa falar,e temos saudades do nosso filho em pequenino,pensávamos que o
iríamos proteger para sempre de todo o sofrimento,de toda a dor,que os dias
dele iriam ser só felicidade,quase como nos contos de fadas,"e iriam ser
felizes para sempre...",e então vem esta vontade enorme de o ter outra vez
nos braços,de lhe afagar os cabelos e cobri-lo de beijos como em criança...e
sabemos que a vida não é assim,que eles fazem quase o mesmo percurso que nós e
que vai doer e nós não queremos e o peito aperta-nos a garganta e dói e caiem
as lágrimas porque não podemos fazer nada.
E então
vamos vivendo esta vidinha (como diria um grande amigo meu) e quando chegarmos
ao fim queremos que seja rápido e indolor.